Resenha Crítica do filme “Jornada da Alma”

Em sua obra Jornada da Alma (Prendimi L´Anima), cujo lançamento se deu na
França, no ano de 2003, o diretor Roberto Faenza discorre pela a trajetória de Sabina Spielrein, uma jovem russa diagnosticada com histeria e posteriormente entregue aos tratos do psiquiatra suíço Dr. Carl Gustav Jung, com o qual acaba por desenvolver um relacionamento amoroso. Paralelamente ao desenrolar desses eventos, os relatos de Sabina, assim como dados acerca de sua história, são resgatados por dois pesquisadores, décadas após a sua morte.

A trama tem seu início ano de 1905, quando a família de Sabina, preocupada com o agravado estado mental da jovem (espasmos musculares, delírios, discurso incoerente, impulsos suicidas, etc.), e por não saber ao certo como proceder em relação à mesma, decidi levar o caso ao renomado médico Carl Jung, que se vê diante da perfeita oportunidade de testar pela primeira vez os métodos de seu estimado professor Dr. Sigmund Freud. Sabina, eventualmente, recobra sua sanidade mental, e, a conselho de Jung, engaja em estudos na área de medicina com o intento de se tornar uma psiquiatra. O relacionamento termina por levar Jung a questionar as suas convicções e até mesmo a opinião de seu mentor. O conflito culmina com Sabina revelando publicamente a relação, colocando o seu amante em uma situação embaraçosa e constrangedora. Mais tarde, por ser de origem judaica, a agora doutora Sabina Spielrein, se vê obrigada a confrontar-se com a ascensão irrefreável do autoritário Reich nazista. Sabina presencia não apenas aos horrores da guerra, mas também à destruição de tudo aquilo que tanto lutou para conquistar.

Trata-se, pois, de uma obra bem elaborada, cuja desenvoltura, embasada em uma trama construída com precisão, sensibiliza e envolve o espectador.